sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Recanto

Ontem fui à casa da ***** com alguns outros amigos que estiveram expostos ao mesmo risco. Apenas para situar você, que está lendo isso em outro tempo, estamos passando por uma pandemia, então eventos sociais como esse ao qual compareci ontem não são a melhor ideia do mundo... A não ser que seja um grupo de pessoas que trabalham juntas, porque nesse caso não faz diferença e vocês não vão aumentar a propagação da doença mais do que já fazem só por sair para trabalhar.

Senti muita coisa e quase sentir vontade de chorar no caminho de volta para casa, nem por felicidade nem por tristeza, apenas uma válvula de escape. Infelizmente, o choro não sai tão facilmente para mim ainda e eu tenho que aceitar apenas um misto de cansaço e agitação quando esse tipo de coisa acontece. 

Os vai-e-vens dessa pandemia são bastante exaustivos e eu espero sinceramente que isso acabe logo porque não aguento mais ter que ouvir pessoas falando coisas que não condizem com a realidade apenas para adequar os fatos às suas decisões em vez de seguir o caminho contrário.

A pizza do Recanto, felizmente, continua incrível. 

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Estou me sentindo sozinho nos últimos tempos, sentimento que me acompanha quase a todo momento nos últimos 10 anos, mas isso não está me incomodando tanto quanto costuma incomodar. Feliz quase aniversário para mim.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Gosto de você (vitória dos daleks)

Não é o verbo.

De vez em quando a gente percebe as coisas de um jeito diferente. Vê um filme, por exemplo, e sente ele de outro jeito. Ouve uma música e nota um instrumento escondido ali no meio. Penso que me sinto assim em relação à solidão. Não quero soar depressivo ou deprimido ou dramático demais. Não é o caso. Talvez fosse, em outro dia. No momento, sinto apenas falta da conexão carnal com alguém. O toque de alguma mulher tem feito falta a mim. Acredito que mais pessoas passem por isso atualmente por conta da quarentena auto-imposta pela qual estamos passando. Faz parte da vida, em algum momento passa. Infelizmente essa é uma ausência que senti por mais tempo que outras pessoas e que estou sentindo há mais tempo do que a maioria das pessoas costuma passar.

Claro, faz parte da vida os momentos de solidão, e a possibilidade de contemplação do universo pode ser deliciosa e conveniente. Não existe uma regra para o que é certo e para o que é errado. Meu maior anseio, entretanto, quanto a esse tópico, é aprender a dominar o que há em mim que serve para conversar com o mundo de fora da minha mente, para que eu possa dominar também como eu posso buscar satisfazer os desejos e vontades que me acometem de tempos em tempos, como acontece a qualquer ser humano.

Ser mais adulto seria possível? As responsabilidades que assumo e que cumpro já não fazem de mim adulto o suficiente? Poderia meu tom de voz ser mais maduro do que é? Até que ponto eu posso melhorar o que eu sou para agradar os outros sem machucar meu eu verdadeiro?

Obrigado pela atenção, leitor imaginário. Com você, nunca estou plenamente a sós.

sábado, 10 de outubro de 2020

Briga na internet

 Todo dia a mesma coisa, cara, é um saco.  Os caras não se aguentam, não se aceitam e precisam encher o saco dos outros. Eu faço o quê? Me manifesto. E eu não acho que tô errado. Se tem uma coisa que não me causa arrependimento é defender o respeito às outras pessoas. Eu sou várias coisas que escolhi ser e também várias coisas que não posso escolher mudar. Quero ser respeitado por isso, então eu respeito todo mundo. Deus me livre ser mala e babaca com uma galera aí.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Oi, tudo bem? Ah, tá bom.

Não sei se tem alguém pra ler isso aqui, afinal faz uns 2 anos que não publico nada e provavelmente uns 5 que ninguém deliberadamente entra aqui. Queria só comentar e deixar registrado a fim de criar novas memórias um acontecimento recente, Depois de muitos anos me entendendo como autista e aceitando essa parte em mim, tive um diagnóstico oficial e isso me impactou bastante. Não negativamente, tampouco positivamente, apenas me impactou. Parece que alguém que nunca tem certeza de nada finalmente pode ter certeza de alguma coisa. Eu sou autista e é isso que eu sou. Talvez seja mais interessante dizer que eu sou uma pessoa com autismo em vez de dizer que eu sou autista. Descobri que existe uma grande discussão sobre qual é a forma mais correta de dizer isso. Prefiro "pessoa com autismo" mas não acho a outra opção errada nem devo me sentir ofendido se alguém se referir a mim dessa forma. 

Enfim, isso explica muito sobre mim, finalmente,

Tem tanta coisa que eu queria contar pra vocês, leitores hipotéticos, e simplesmente deixei passar. Achei que meu diagnóstico não poderia passar batido como todo o resto do que tem acontecido na minha vida.

Atenciosamente,
O androide, o replicante, a pessoa com autismo, Pedro Alcântara