sábado, 20 de novembro de 2021

Onde estou

Sobre onde estive, onde estou e aonde vou.

Há cerca de um mês, minha família e eu nos mudamos para mais perto do meu trabalho. Obviamente, essa mudança foi feita após avaliarmos os prós e contras e, claro, os prós se sobressaíram. Estamos felizes onde estamos e as coisas não poderiam estar melhores quanto a isso. Enquanto escrevo isso, vejo os carros na rua, da minha sacada, e não sei nada sobre eles, nem de onde vêm nem aonde vão. Quanto a outras questões pessoais, as coisas são mais complexas, e não digo isso de uma maneira necessariamente ruim, é apenas como a vida é.

Estou próximo do meu aniversário e sempre fico mais reflexivo quando essa data está chegando. A magia que sinto em comemorar o aniversário de outras pessoas dificilmente se faz presente quando o aniversário é o meu. É um assunto que esqueci de levar para a terapia essa semana. Acredito que eu não seja capaz de lidar tão bem com as atenções tão focadas em mim, mesmo sendo uma pessoa que, normalmente, gosta de receber atenção. O aniversário é apenas uma data em que comemoramos o fato de estarmos vivos há um determinado período de tempo. E considerando que o mundo não tem sido muito gentil com os vivos, é de fato uma conquista a se comemorar e celebrar. Ainda assim, me cansa.

Ainda sobre atenção, tenho recebido excessiva atenção por um dos maiores trabalhos da minha vida, que passei meses executando. A receptividade do público está super positiva e isso é maravilhoso. Mesmo assim, sinto-me um tanto quanto exausto dessa atenção girando em torno desse projeto. Confesso que esse tipo de frisson sempre me pareceu divertido e importante para alguém na minha área, mas eu já previa que poderia consumir minha energia e eu tinha razão quanto a isso. Mais de uma vez me peguei pensando que logo isso passa, mas concluí que mesmo que o hype passe, dificilmente as coisas vão retroceder. Isso tudo de fato cansa, mas não posso fazer nada a respeito além de aprender a lidar. 

Muitas vezes, seja no meu presente ou num passado  recente ou distante , senti inveja dos carros que vejo passando na rua, porque a origem e o destino deles pouco importam. Esse pensamento nunca sobrevive a uma reflexão mais longa do que 30 segundos, porque lembro que suas origens e destinos importam para seus motoristas, e volto a focar em dirigir minha própria vida.


A tendência do tempo e continuar passando e não tem nada que possamos fazer a respeito.