sábado, 18 de janeiro de 2014

Entre 5150

Esse texto não deve ter relação algum com nenhuma das outras coisas que eu já escrevi.
Era um fim de tarde ensolarado em uma cidade movimentada. Algumas pessoas comiam em uma lanchonete simples. A uma das mesas, sentavam um jovem já idoso e um idoso ainda jovem. O primeiro comia um sanduíche de inexistência e o segundo tomava um chá de orgulho. O idoso ainda jovem mexia seu chá para que o açúcar se misturasse ao líquido adequadamente e formava um redemoinho dentro da xícara.
Ciclos se repetem para sempre, mas não literalmente.
À mesa ao lado sentavam quatro moças: Morte, Riqueza, Sabedoria e Nami. Elas estavam jogando um jogo de baralho chamado bacará e as apostas estavam altas. A Morte apostava a existência, a Riqueza apostava a poeira em alto mar, a Sabedoria apostava as florestas de Marte e Nami apostava a tempestade de dentro da xícara do chá de orgulho.
É só quase para sempre.
Na xícara, o redemoinho ganhava força e um navio que tinha a própria Verdade como conteúdo navegava pelas águas tempestuosas. Em meio à crescente ventania, aviões sem seus pilotos voavam rumo à destruição.
Mais cedo ou mais tarde tudo chega a um fim
O jogo foi todo jogado errado e uma tigela de sagu que estava sobre uma terceira mesa tremia de medo. Não houve vencedores naquela partida, mas alguém certamente foi o perdedor.
Chega a um fim mas não deixa de existir.
Você, leitor, vai ter um sonho daqui a exatos 19 anos e 3 meses. O texto que você acabou de ler é livremente baseado nesse sonho. Aguarde a confirmação de seu cadastro na vida real e abrace a pessoa amada mais próxima de você.
Porque nada é esquecido.
Agora.

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